sábado, 12 de novembro de 2011

Andarilho

Vaga, arrastando os pés
Arrastando correntes
Vaga
Como um fantasma
Como uma presença ausente
Como uma lembrança
Asa de beija-flor
Onde está?
Não vi
Vaga
Com seu ser solitário
Em si: a única certeza
Pois foi e está esquecido
Vaga
Pois não há nada além de vagar
Nesse carrossel colorido de viver
Onde todas as cores
Passam
Passam e não voltam
São momentos vagos
Vaga
Porque a vida é vã
e a alma
a alma é
Vaga
Vaga porque o amor é inútil
Porque só há
a andança
Para ser mais forte e suportar a solidão
Vaga
Talvez haja um sentido em vagar
ou talvez seja tudo vago
ou talvez só haja
o tempo.