domingo, 28 de abril de 2013

Mesquinha

Com a corda no pescoço
olho para o mundo de dentro do poço
ambicionei a sabedoria de quem sabe dizer adeus
mas ainda sou só um cão
que rosna para o olhar que ameaça
seu tesouro insosso

Difícil largar o osso...



quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quarta-feira à noite

Meu estômago está me incomodando novamente...
Tudo por aqui anda cheio de egocentrismo, eu sei bem
Sei também que ando viciada em rabiscar uns versos
Será que nunca mais escreverei em prosa? 
Well, well... Vamos tentar.
A releitura de textos meus de mais de dois anos atrás me levou à constatação de que, apesar das mudanças radicais de cenário, estive sempre mais ou menos na mesma.
Sempre a filha da puta da dor de estômago... 
Cerveja demais, café demais. 
E o senhor, raríssimo-leitor-gatinho-pingado, vem-me então cheio de recriminações, recomendações, um dedo em riste! 
Ora, veja bem, se o fim é sempre o mesmo, me deixe tomar meu cafézinho em paz que está fazendo frio...



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Armadura

Em alguns momentos vejo-o ausentar-se de si mesmo.
Nesses momentos seus olhos negros fitam algum lugar no vazio.
Pressinto, então, sua alma em busca do que lhe faça sentir
Enfim o essencial que lhe falta.
Entendo tudo isso com uma lucidez doída.
Ás vezes você é cúmplice, outras vezes carrasco.
E ao mesmo tempo que se entrega, se fecha, vai embora.
E me faz duvidar.
Eu me pego caminhando entre cacos do seu sentimento
De pés descalços.
Entre tantos versos, palavras jogadas entre nós
Em meio a tudo que silencia
E até mesmo quando há qualquer promessa de futuro
Espero sempre o seu adeus.
Porque, de alguma forma, você sempre se despede.
E jamais despe a armadura que o protege e o imobiliza.