quarta-feira, 8 de maio de 2013

Hora. Ora.

O som do mar a encher de vida pés cansados, pernas que outrora estiveram entrelaçadas a outras pernas, e que, com o tempo, aprenderam a cartilha do caminhar só.
O mar dos olhos, o mar da presença tranquila, que deixa descansar, esse mar a encher a alma novamente, ensinando de novo a sonhar.
Ser um pouco criança, e ter fé.
Viver não contém uma só gota de racionalidade, não se tratam de probabilidades.
Tudo é um brotar e morrer. Morrer para brotar, brotar para morrer.
Boiar então, no oceano infinito, infinitamente vulnerável às marés, ao sol, ás vontades de entidades muito maiores, ainda que essas entidades sejam somente - cheio de majestade - o acaso.
Beleza no que é belo, e colher cada um desses instantes. Fazer sentido nunca foi necessário.
Reverenciar o que é incontrolável, viver o indizível como a mais bela poesia.
Se curvar diante do inexorável.
E abraçar cada um dos defeitos, cada uma das escolhas, cada uma das responsabilidades, cada uma das consequências como quem recebe um filho pródigo novamente nos braços cheios de saudade.
Imagens que não dizem nada, livre associação de palavras, livre sentimento.
Liberdade.
Amém.

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