terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Mas as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão"

Tive um blog por um ano, e resolvi excluí-lo.
Não me arrependo, no momento me pareceu a decisão mais certa, e, por ter me parecido, era de fato, no contexto.
Dias depois me bateu a saudade, e concluí que tinha se tornado extremamente difícil escrever sem o propósito de ser lida (não será esta a vaidade velada dos autores?), criei um blog anônimo. Ou melhor, anônimo não, a personagem-máscara que criei tem um nome, tão meu quanto aquele que me deram de nascença.
Mas não era suficiente, porque faltava dar a cara a tapa, e a verdade é que a gente escreve para isso mesmo, pra mostrar o que acreditamos ser nosso eu mais interno, pra nutrir a ilusão de que a nossa escrita faz qualquer diferença e assim, se o mundo continuar a mesma porcaria, livramos a consciência por supostamente termos feito nossa parte.
Escrevemos para romantizar literariamente o que somos, até que nós mesmos já não saibamos distinguir a imagem no espelho desta versão editada (que gostamos muito mais).
Não se enganem: a escrever é um vício.
Talvez este novo blog seja resultado do tédio que ameaça me digerir, talvez seja vontade de esgoelar para o mundo o que se constrói em minha mente 24 horas por dia, mais que tudo, talvez seja medo de cair no esquecimento, talvez seja medo de que eu já não esteja apta a escrever, mesmo as mesmas velhas bobagens.
De qualquer maneira, sejam bem vindos a esse lugar que sou eu.
Literatura lixo, muito egocêntrismo, profundismos, divagações e morte, é o que devem esperar.
Aproveitem (ou não).

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