sábado, 26 de fevereiro de 2011

Guerra Civil

*Nota: Se tratando de terceiro colegial, revezo dias bons e ruins, esse texto é resultado de um dia ruim...

Continuo um pouco por inércia.
Não sei bem o que tem me feito perder o sono, o que me faz levantar tantas vezes durante a noite, e andar de um lado para o outro: ansiedade que não passa.
Meus pensamentos tomaram um ritmo quase incontrolável. Não, não consigo dormir, se durmo tenho sonhos estranhos, cheios de imagens estranhas, assustadoras e absolutamente desconexas.
Nunca tive tanta vontade de ser criança, de poder me esconder no abraço do meu pai, que costumava me colocar no lugar.
A vida era simples, e eu tenho sentido tanta saudade da simplicidade.
Perdida entre todas as decisões que tenho que tomar, absorvida pelo que prometi que jamais me absorveria: o dever.
O dever suga a vida. Não estou sendo radical, com isso não quero propor nenhuma revolução: certa porção de dever é inevitável. Mas em determinadas medidas, o dever não permite viver o presente, pelo contrário, ele se cumpre na constante ilusão de futuro.
O futuro tem se tornado detestável. Se todas as minhas ideologias estão em pedaços, se tudo que eu acreditei agora me dizem ser o contrário, não consigo conciliar as forças dentro de mim, já não consigo diferenciar o que é ilusão do que é meta.
É mais que isso...
De repente eu já não sei gostar de nenhuma parte de mim, já não sei não ter vergonha de qualquer parte, me deixei podar por opiniões-alheias. Permiti-me cair no erro da eterna edição de mim mesma, que jamais é suficiente para consertar tudo o que me é apontado, tudo o que vejo.
Um pouco apática e ao mesmo tempo, tudo em mim tão cheio de intensidade, o amor, a raiva, a angústia, e toda mágoa, e qualquer desatenção é suficiente pra me partir ao meio.
Tanta desatenção: descobri que sustentar a máscara de qualquer sentimento é muito fácil, qualquer sorriso amarelo é suficiente pra quem quer acreditar.
Eu não sei o que eu esperava...
Não consigo fazer sentido, tanto quanto não consigo escrever. Me pergunto: sendo assim, o que quero ser?
O essencial foi destruído.
Me pego em mais uma madrugada solitária, com a diferença fundamental de que agora já não possuo nenhuma liberdade.
Um bichinho preso, é o que sou.
Como cheguei aqui?
Cativa até o último fio de cabelo, é como me encontro. E detesto, detesto a mediocridade do que me tornei.












4 comentários:

  1. É, Sofia, eu bem que queria te dizer que as coisas melhoram quando entramos na faculdade, seja no quesito 'estudar o que se gosta', seja no 'descansar'. Eu mesma tive várias crises durante o primeiro e segundo ano por conta disso, sei como é ficar sem saber mais qual é a sua meta, sem saber o que está fazendo e principalmente, porque está fazendo... Mas passa! Acho que superei pensando que isso é provisório. E é mesmo, não é verdade? Tudo nessa vida é provisório: nossa alegria, nossa tristeza... Nem por isso precisamos ficar nos privando de sentir felicidade e sentir tristeza, mas conforta saber que tudo isso (principalmente a parte ruim!) vai passar!
    Se permita confundir, mas, acima de tudo, se permita ficar lúcida e fazer as coisas se tornarem simples, tudo isso depende exclusivamente de você e de como tem visto o que lhe acontece!
    Fique firme, acredito que você é uma garota muito inteligente (em vários sentidos) e que vai superar... Algum dia talvez até dê risada, como eu tenho dado!
    Um beijo e abraço bem grande! E espero seu meme!
    ^^

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  2. tente transmutar esse sentimento. Detestar não é nada bom. Acalma seu corpo, tranquiliza sua alma. Saiba que o caminho nunca te olvida.
    abços,

    gustavo

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  3. Apesar da madrugada fria, existem manhãs quentes de verão logo pela manhã. Aqueça tuas mãos no sol e volte a olhar o céu.
    Escrever ás vezes dói. E quando se trata de nós. Tudo é tão mais complexo. São fantasmas que nos rondam. O futuro é essa incógnita. Não há como prever. Segura em tuas mãos e se perca em tua prece. Um dia. E depois outro. Tudo sempre se ajeita de novo. Beijos pra vc!

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  4. Há esses momentos em que nos sentimos infinitamente sozinhos e com saudade do aconchego da inFãncia. O dever aniquila mesmo. Mas esteja sempre de cabeça erguida. A vida é cruel para todos nós. Um beijo.

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