terça-feira, 19 de abril de 2011
Traindo princípios (e fins)
...a mão trêmula acendeu um cigarro. andava cambaleando no meio da rua. não se preocupava com a morte: até a morte era lucro. nada fazia muito sentido. não era feliz e não era triste. nada fazia muito sentido mas não precisava fazer. a vida era somente como uma experiência: a única e derradeira. um rock pesado tocando na cabeça. nem bonito nem feio: vivo. os pensamentos e os sentimentos e as pulsões internas e o desejo de sair correndo com o vento nos cabelos rebeldes e compridos tantas vezes recriminados e a vontade de pichar os muros e de socar as paredes e de socar a cara dos transeuntes felizes e quebrar cada um dos seus sorrisos. quis correr e por isso saiu correndo. a opinião de outros fosse qual fosse não interessava. não era feliz e nem era triste. nada fazia sentido mas não precisava fazer...
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Não fazia sentido..mais não precisava fazer...algo...ja estava fazendo.
ResponderExcluirUma certa nostaliga barata de fim de tarde, pousava naqueles olhos arregalados diante do passeio e equivoco desfocado de uma vida oca. Sem nada nas mãos e coração pulsando lento. Não era a hora certa, mas também já não fazia nenhum sentido.
ResponderExcluirEu sempre agarro tuas linhas. como se fizessem parte de um roteiro humano nada convencional. Adorei
isso aí é viver.
ResponderExcluir"Não era feliz nem triste", tão eu isso. Mas a gente tem aquele velho hábito de pensar que nossas sensações são únicas e originais. Puff, tá.
ResponderExcluirMais um texto maravilhoso pra me deixar apaixonada :)
Essa, sem medo, bate asas e segue rumo ao vento.
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