Tenho um verdadeiro caso de amor com esse filme.
Primeiro porque amo a Audrey Hepburn: a mulher mais linda que já passou pela Terra.
Notável a parceria incrível Audrey-Givenchy, e portanto, as roupas lindíssimas que ela veste durante o filme.
Tão linda quanto ela é a personagem Holly Golightly, uma das personagens mais adoráveis de todos os tempos, uma charmosa e discreta garota de programa, que no fundo é extremamente romântica, e espera seu príncipe encantado, o homem que lhe fará querer montar uma vida, mobiliar o apartamento e dar nome ao gato.
Holly é muito interessante por ser muito ambígua: ao mesmo tempo que ela parece demonstrar certa malícia, também se mostra extremamente ingênua.
Não costumo gostar de finais felizes, mas minha simpatia personagem é tão imensa, que não ficaria satisfeita com um final diferente.
Além de tudo isso, a música do filme é lindíssima (Moon River), e me deixa emocionada desde a primeira cena.
Pra mim, Pulp Fiction é a obra prima do Tarantino.
Como todo filme desse diretor (que eu simplesmente amo), é todo carregado de violência e humor negro.
O Pulp Fiction em especial tem uma coisa com o tempo muito bacana, porque o roteiro não é linear, a história é dividida em "quadros" que não necessariamente estão na ordem temporal, de forma que, às vezes os personagens aparecem com roupas engraçadas ou tomando determinadas atitudes que só são explicadas depois.
O filme tem umas cenas geniais, como a overdose da Mia Wallace (Uma Thurman), esposa de um dos chefões da "máfia".
Seu marido viaja e a deixa com um de seus "capangas": Vincent Vega (John Travolta, que aliás, está ótimo no filme: um brutamontes com um cabelo nos ombros, engraçadíssimo).
Enquanto Vincent entra no banheiro pra tentar se convencer a não dormir com a esposa do patrão (o que faria dele um homem morto), Mia põe pra tocar "Girl, You'll be a woman soon" na sala. Enquanto dança, acaba achando um saquinho de heroína no bolso do casaco do acompanhante, que ela cheira pensando ser cocaína.
Quando Vincent adentra a sala, Mia está tendo uma overdose.
Não sabendo o que fazer, ele a leva para a casa do traficante, um completo loser, que também não tem a mínima idéia de como proceder.
Não sei o que é que me faz gostar tanto do filme, ás vezes fico pensando se cenas como essa, ou como a de dois bandidos explodindo sem querer a cabeça de um cara inocente (outra seqüência incrível) não disparam alguns desejos reprimidos em quem assiste.
Bom, essa parte deixo para a psicanálise, eu sei que o filme é divertidíssimo e genial.
*Os Famosos e os Duendes da Morte
Esse é um filme brasileiro, gaúcho, e que me surpreendeu muito.
O filme é poesia pura, traz umas discussões bacanas sobre a tristeza, a morte, tem uma trilha sonora linda, a fotografia incrível (um dos pontos fortes do filme).
A história se passa em uma cidadezinha do Sul, com um alto índice de suicídios. O personagem principal é um menino, que não tem nome e se apresenta com o apelido que usa na internet: "Mr. Tambourine Man" (o título de uma música linda do Bob Dylan).
Ele trava uma relação estranha com um casal que postava vários vídeos em seu blog, e o tempo todo a história do menino é intercalada pelos tais vídeos. Os vídeos são muito táteis e visuais, parecem tratar de experimentações sensoriais dos dois, de uma forma muito poética (só vendo mesmo pra entender).
Fica, pra mim, a sensação de estar preso àquela cidade, àquela vida que é a mesma há gerações, àquele lugar que parece que parou no tempo. A ponte, metáfora do suicídio, acaba se apresentando como única fuga possível. ("Naquela cidade, cada um sonhava em segredo").
Não vou contar o segredo do filme.
Vale ressaltar que ele possui frases lindíssimas.
"Infância: nossas bocas sorrindo até o fim.
Como o que ficou pra trás, como o que nunca mais será redescoberto, como o que nunca voltará a ser três."
"Estar perto não é físico."
*O Fabuloso Destino de Amelie Poulain
O Fabuloso Destino de Amelie Poulain é, pra mim, o que se pode chamar de um filme impecável.
Desde a trilha sonora (do amado Yann Tiersen), a atuação incrível de Audrey Tautou, o roteiro poético, a narração incrível, até a fotografia, trabalhada principalmente nos tons de vermelho e verde, todos os detalhes são perfeitos.
O filme tem gosto de torta de maçã e cheiro de café da tarde.
É simplesmente uma das abordagens da vida mais sensíveis que já vi.
Amelie é uma personagem muito interessante, dá pra ver nela uma espécie de olhar infantil que parece enxergar tudo de uma forma mais simples, muito mais presa às essências, e ao mesmo tempo, tem uma dificuldade afetiva imensa, até para se comunicar.
O que fica evidenciado até mesmo no fato de a atriz possuir pouquíssimas falas ao longo do filme.
Amelie é extremamente solitária e totalmente adorável, e a minha vontade, durante o filme, é de colocá-la no colo.
Inesquecível a forma delicada como ela consegue melhorar a vida de todas as pessoas à sua volta com atitudes simples, mas não consegue fazer a si mesma feliz.
*As Virgens Suicidas
Dos filmes citados, esse foi o que vi mais recentemente, e entrou de cara para os meus preferidos.
Não sei bem porque... O olhar da Sofia Coppola é simplesmente genial, e a delicadeza com a qual ela representa o universo feminino, é notável.
O filme conta a história de cinco meninas lindas, criadas por pais repressores, e que procuram, no seu mundo particular, fugas para a tristeza do seu cotidiano vazio.
A obra me chamou a atenção desde o seu primeiro diálogo, entre um médico e a irmã mais nova, a primeira a tentar suicídio. Frente à sua tentativa frustrada, no hospital, o médico lhe pergunta o que ela faria ali, se não tinha nem idade para saber o quanto a vida era ruim. A resposta de Cecília é a seguinte: "obviamente, Doutor, você nunca foi uma garota de 13 anos."
O grande trunfo do filme, na minha visão, é o fato de a história ser contada através da ótica dos garotos daquela rua, totalmente encantados pela beleza das meninas.
Além disso, chama atenção a personagem de Kirsten Dunst, a mais irreverente das irmãs, apaixonadas por rock, e absolutamente deslumbrante.
* O casamento do meu melhor amigo
Essa é uma típica comédia romântica. Ok, não vou ser injusta, não como essas comédias românticas atuais horríveis , mas ainda assim, não deixa de ser bem água com açúcar.
E é um dos meus filmes preferidos no mundo porque me faz rir, e chorar e suspirar, não sei quantas tardes passei assistindo este filme, não sei quantas lágrimas e quantos sorrisos posso atribuir a ele.
A história é basicamente o seguinte: um homem e uma mulher são melhores amigos há anos, já passaram várias noites juntos sem, no entanto, nunca terem sido mais que amigos (ainda que ele sempre tivesse sido apaixonado por ela).
E então, um belo dia ele liga para ela, contando que vai se casar. Como era de se esperar, ela se desespera e percebe que sempre o havia amado (bem previsível), e começa a arquitetar planos para acabar com o casamento dele com a tal moça (Cameron Diaz), aparentemente bobinha, riquinha e mimada.
Acreditem, o filme é absolutamente adorável, divertido e doce.
Além disso, Julia Roberts está linda, Cameron Diaz está engraçadíssima (uma das melhores cenas do filme é a que ela canta horrivelmente "I just don't know what to do with myself" num karaokê), e se nada disso contasse, o filme valeria por essa cena que postei, uma das cenas mais queridas que já vi, Michael (Dermot Mulroney) cantando e dançando com Julianne (Julia Roberts) a música dos dois (pela qual sou apaixonada): "The way you look tonight".
Em outras palavras, sou romântica.
* Cinema Paradiso
Uma das maiores e mais lindas homenagens ao cinema.
O filme começa com Salvatore recebendo a notícia da morte de Alfredo. As lembranças dele então nos levam à história de sua infância, quando ele era Totó, um menininho ensinado por Alfredo, o projecionista de uma cidadezinha na Itália, a amar o cinema.
Enquanto Alfredo cortava dos filmes as cenas de beijo censuradas pela igreja, os dois se encantavam com a beleza desta arte. Salvatore vai embora, adolescente, por conta de um amor que não deu certo, e nunca mais volta á sua cidade.
O cinema paradiso, onde os dois assistiam os filmes, acaba destruído para que se construa um estacionamento em seu lugar.
Mais que tudo, o filme fala do cinema antigo, do valor que ele tinha, e a metáfora do prédio destruído, na minha visão, tem uma super relação com a comercialização do cinema, que na grande maioria das vezes, já não tem a função de encantar, de reportar as pessoas à poesia de outras vidas, já não existe como forma de arte, mas muito mais como uma indústria.
Deixo a cena final, lindíssima, uma edição de todas as cenas de beijo censuradas e guardadas por Alfredo.
* Edward Mãos de Tesoura
Minha história com o Edward vai um pouco além da sensibilidade do filme, a obscuridade doce do Tim Burton e a atuação incrível de Johnny Depp, ao lado de uma Winona Ryder menina, quase irreconhecível.
Quando eu era criança via muito esse filme, e me identificava muito. Não sei bem porque, acho que por um lado, todo mundo se sente um pouco Edward, diferente das outras pessoas, ansiando frustradamente por ser igual.
Johnny Depp é Edward, um ser humano criado por um cientista e que nunca foi acabado, pois seu criador (pai) morre antes de terminá-lo, e por isso lhe faltam as mãos: em seu lugar ele possui um punhado de tesouras. Edward nunca conviveu com pessoas, e por isso, ao ser acolhido por uma simpática dona de casa, não sabe bem como se comportar e acaba se metendo em uma série de confusões.
Além disso, se apaixona pela filha da moça que o acolheu (Winona Ryder), amor que não se realiza devido ás injustiças cometidas pelas pessoas da cidade, que acabam considerando-no uma aberração.
Edward sempre viveu sozinho, e acaba sozinho, e talvez na solidão dele eu me visse um pouco.
O filme é muito triste, mas não deixa de ser muito sensível, lindo e poético.
Deixo aí uma das cenas mais bonitas de todos os tempos.